Quando mais é menos

28/02/2019

Hoje o excesso de informação no meio digital nos impede de manter o foco apenas nas informações realmente válidas e ainda nos desgasta no processo de assimilação.


Na Era da Informação em que vivemos existem motivos para se celebrar, como a conquista da globalização e sua maior transparência dos acontecimentos gerais numa escala global, mas também há pelo qual se prevenir, pois já se mostra que o excesso de informação que nos expõem implica numa série de transtornos e síndromes que nem sequer existiriam não fosse esta torrente de notícias.

Uma síndrome decorrente deste fenômeno global, que foi cunhada pelo ilustre doutor em psicanálise brasileiro Augusto Cury, chama-se de Síndrome do Pensamento Acelerado ou SPA, onde o indivíduo lida com informações e atividades em excesso, desgastando sua psiquê e seu corpo ao ponto de impossibilitar um estado saudável de ser, Dr. Cury relata que "Sem perceber, a sociedade moderna - consumista, rápida e estressante - alterou algo que deveria ser inviolável, o ritmo de construção de pensamentos, gerando consequências seríssimas para a saúde emocional, o prazer de viver, o desenvolvimento da inteligência, a criatividade e a sustentabilidade das relações sociais. Adoecemos coletivamente. Este é um grito de alerta.", fala ainda que o SPA provavelmente já afeta cerca de 80% da população mundial.

Muito desta excessividade de informação se dá pelo impulsionamento exorbitante do comércio eletrônico, Peter Drucker, Austro-Húngaro professor e consultor administrativo que denominou a Era da Informação como tal, considerado por muitos como o pai da administração, já assumia no século 20 que "o comércio eletrônico representa para a Revolução da Informação o que a ferrovia foi para a Revolução Industrial; um avanço totalmente inusitado, inesperado. E, como a ferrovia de 170 anos atrás, o comércio eletrônico está gerando um 'boom' novo e distinto, provocando transformações aceleradas na economia, na sociedade e na política.", aceleração esta que se deu pelo acesso quase que instantâneo à informação através destes eletrônicos, ainda mais com o advento da internet.

A internet não só tem papel principal neste amontoado de informações que nos é despejado diariamente, também é responsável pela distribuição de inúmeras informações falsas ou simplesmente inúteis, tornando ainda mais difícil a manutenção desta propagação exarcerbada de distrações contrárias ao real desenvolvimento do intelecto humano, o escritor norte-americano Nicholas Carr nos alerta que "a divisão da atenção exigida pela multimídia estressa ainda mais nossas capacidades cognitivas, diminuindo nossa aprendizagem e enfraquecendo a nossa compreensão. Quando se trata de suprir a mente com a matéria-prima do pensamento, mais pode ser menos.", ao notar que a internet também trata de querer facilitar a assimilação da informação, como o alimento já mastigado que alguns filhotes de determinadas espécies recebem de seus progenitores, ele diz que "ao nos libertar da luta para decodificar o texto rapidamente - lemos, se é que lemos, mais rápido do que nunca -, mas não mais somos levados a uma compreensão profunda, construída pessoalmente, das conotações do texto. Em vez disso, somos apressados para ir adiante até um outro pedaço de informação relacionada, e outra, e outra. O garimpo superficial do 'conteúdo relevante' substitui a lenta escavação do significado.".

Ainda no que diz respeito às informações falsas, temos visto as que incorporam o teor de notícias jornalísticas, comumente chamadas de Fake News, este caso chega a ser mais grave, pois a intenção é de facto distrair o leitor da verdade, com interesse de guiar a população para um viés ideológico específico, seja de direita ou esquerda, ou apenas para causar confusão, o pior neste sentido é que estas notícias carregam o rigor de seriedade das notícias verdadeiras para casos graves, confundindo ainda mais o incauto que se depara com tal inverdade. Isto sem contar com as notícias moldadas com Pós-Verdades, que não necessariamente usam de mentiras para construir sua narrativa, mas ignoram verdades muitas vezes opostas para concluir seu raciocínio e se apegam muito mais à apelos emocionais e ideológicos com a intenção de manipular as massas para tomar determinadas decisões.

Em suma, toda esta revolução da informação nos proporcionou uma maior facilidade de acesso e veiculação das assuntos que nos são de interesse, mas também foi o pivô de vários novos obstáculos para realmente se adquirir informações válidas, além do desgaste que todo o excesso de informação no meio utilizado pode nos causar e da atrofiação mental que esta entrega de opiniões prontas pode formar, todavia podemos tomar certas precauções para com isso, como fazer um uso reduzido de certas vias cibernéticas onde todo tipo de "chafariz informativo" se espalha, ou seja, evitar websites com muita poluição visual, guardar um tempo do dia-a-dia para si mesmo se desvinculando de toda esta proliferação ininterrupta de notícias com o intuito de repousar a mente, realmente ponderar e se aprofundar sobre o que foi pesquisado dando ênfase à própria construção intelectual no que se refere ao assunto e para verificar o que lemos também podemos fazer uso de fact-checking, um método para melhor se obter informações verídicas onde se preza por buscar a fonte oficial de tudo o que nos chama atenção neste meio online. Tendo esses e outros cuidados em consideração podemos tornar mais eficaz e menos desgastante a assimilação de novas informações neste meio tão cheio de distrações irrelevantes.



Fontes:

https://www.brapci.inf.br/_repositorio/2010/11/pdf_d9bd5b50ed_0012703.pdf

CURY, Augusto - Ansiedade, Como Enfrentar o Mal do Século, Saraiva, 2014.

CARR, Nicholas - A Geração Superficial: O Que a Internet Está Fazendo com Nossos Cérebros, Agir, 2011.

https://www.significados.com.br/pos-verdade/



Autor: Caio S. Duarte

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